
Os cães são brincalhões e destemidos, mas também sentem medo. Alguns sinais dizem-nos quando o nosso cão não está confortável com uma situação e devemos estar atentos a eles. Se o seu cão tem medo de tudo, continue a ler este artigo, pois trazemos-lhe informações muito úteis.
Ir ao veterinário, chuvas e ventos fortes, ou o som de fogos de artifício, por exemplo, pode deixar os cães assustados e com medo.
Existem várias causas para que um cão desenvolva medos. Perceber o que está por trás dos comportamentos do seu cão é importante para adotar as medidas certas.
Como saber quando um cão está com medo?
Os cães, ao sentirem medo, dão vários sinais comportamentais que são fáceis de identificar. Reconhecendo esses alertas que o patudo dá, é mais fácil perceber como lidar com ele em momentos de maior aflição.
Conheça os sinais de medo mais comuns:
Rabo entre as pernas e orelhas baixas
Se o seu cão apresenta o rabo entre as pernas e as orelhas baixas, por certo está apavorado. Tente perceber, pelo contexto, o que está a causar medo ao seu patudo (medo de pessoas, crianças, barulhos, situações…).
Tremores
Geralmente, cães com medo de trovões e tempestades costumam ter tremores. Este é um sinal claro de que o cão está apavorado e com uma insegurança extrema.
Ter esconderijos (do género de uma toca) para o cão é uma solução e o tutor deve incentivar a que os use. Os abrigos dão a sensação de segurança de que o seu cão precisa para passar o evento.
Lamber-se excessivamente
O stress e a ansiedade podem desencadear a lambedura excessiva nos cães. No entanto, deve sempre procurar um médico veterinário antes para descartar outros problemas clínicos, como alergia ou infeção.
Caso não tenha problemas clínicos, para resolver o problema garanta:
Acesso à comida nos horários certos;
Acesso à água e o local para as necessidades a qualquer hora;
Atividades física, mental e social adequadas.
Respiração ofegante
Quando o cão apresenta respiração ofegante sem razão, é sinal de alerta. Se não estiver calor e se o seu cão não acabou de fazer exercício, é possível que sofra de ansiedade de separação. Contudo, procure o veterinário para perceber se não existem problemas clínicos, como alterações no sistema nervoso central ou falta de oxigenação, por exemplo.
Urinar em locais impróprios
Muitas vezes os cães, com medo, urinam em locais que não são os adequados. No processo de aprendizagem do local para fazer as suas necessidades, o tutor, ao chamar à atenção quando o cão faz noutro sítio, causará medo ao animal. Esta atitude pode levar o patudo a, escondido, fazer necessidades noutros locais.
Assim, para evitar este problema:
Não se incomode quando o seu animal fizer as necessidades fora do local certo;
Faça passeios com o animal até que ele faça as suas necessidades;
Utilize spray com odor próprio para marcar o local correto para o seu cão fazer as necessidades.
Urinar em excesso
Urinar excessivamente é outro problema comum em cães com medo. Neste caso, nunca se deve chamar a atenção do animal, pois pode até agravar o quadro.
Procure um médico veterinário para eliminar causas orgânicas, pois pode estar na origem do problema:
Doenças endócrinas;
Desconfortos físicos;
Uso de corticoides;
Dor;
Disfunção cognitiva.
Também podem estar na origem da urinação excessiva:
Stress;
Agitação e euforia;
Insatisfação;
Disputas territorialistas em casa.
Como ajudar um cão com medo de tudo?
Antes de mais nada, identifique quais os gatilhos que estão a despertar as reações de medo no seu patudo:
Sons — trovoada, fogos de artifício, buzinas de automóveis, entre outros;
Animais — outros cães, gatos, aves, insetos, etc.;
Objetos — vassoura, sapatilha, panos, entre outros;
Situações — banho, discussões, entre outras;
Pessoas — homens, mulheres, crianças, desconhecidos.
Mesmo que o seu cão tenha sofrido algum trauma, é importante não mostrar pena dele, pois interpretará como instabilidade emocional.
Depois de saber o gatilho que causa a sensação de medo, evite, sempre que possível, expor o seu cão a ele. Não vai deixar de sentir medo, mas evita situações de stress que podem perfeitamente ser evitadas.
Quando não consegue evitar o gatilho, deve agir conforme a reação demonstrada pelo animal:
Se ele procurar um lugar escondido, deixe-o estar. Não force a sua saída, pois esse local é sinónimo de maior segurança;
Se ele procurar por si, dê o apoio que precisa, mas sem demonstrar pena. Não fale com preocupação. Mantenha a calma e transmita-a para o animal;
Se os gatilhos são constantes e o cão fica sozinho, procure um médico veterinário, pois pode precisar de ansiolíticos e/ou antidepressivos. Terapia comportamental também é importante para que o seu patudo não careça de estar medicado para o resto da vida.
A exposição gradual ao gatilho pode ser uma boa estratégia para que o seu cão perca o medo. No entanto, a ajuda profissional é muito importante. Um terapeuta comportamental canino é treinado para ajudar os cães em várias situações e saberá ajudar o seu patudo da melhor forma.