Transtorno de ansiedade social: o que é, sintomas e como tratar

Transtorno de ansiedade social: o que é, sintomas e como tratar

Sara Paiva
Sara Paiva |  
Terapias |  04 setembro 2025 |  
6 min. de leitura
mulher com ansiedade social a tapar ouvidos enquanto é apontada com dedos por outras pessoas

O transtorno de ansiedade social (ou fobia social) caracteriza-se pela ansiedade e/ou medo de situações sociais ou de desempenho. Pessoas com este transtorno tendem a evitar estas situações com frequência e, quando vivenciadas, são vividas com angústia.

Seres humanos são sociais e, nesse sentido, muitos aspetos da vida dependem de se relacionarem com outros, não só em família, como também no trabalho, na escola, nos relacionamentos e em atividades de lazer.

Metade das pessoas com ansiedade social, especialmente no caso dos homens, tem dificuldade em manter uma relação amorosa a longo prazo.

Pessoas com ansiedade social enfrentam, portanto, desafios gigantes em todas as esferas da sua vida.

Cerca de 13% das pessoas apresentam transtorno de ansiedade social em algum momento da vida, sendo que este transtorno afeta, anualmente, 9% das mulheres e 7% dos homens.

É importante que, sofrendo de transtorno de ansiedade social, procure ajuda de um profissional qualificado (psicólogo e/ou psiquiatra).

Que é transtorno de ansiedade social?

O transtorno de ansiedade social caracteriza-se pelo medo e/ou ansiedade relativamente a determinadas situações sociais, fazendo com que a pessoa com este transtorno as evite.

A maior parte das pessoas desenvolve fobia social durante a adolescência e é comum referirem ser bastante tímidas na infância.  

É normal que situações sociais causem um pouco de ansiedade, mas não é normal evitar essas situações ou vivenciá-las com angústia.

Pessoas com este distúrbio preocupam-se excessivamente com o seu desempenho/comportamento. É comum terem receio de que a ansiedade social seja notada, especialmente pelos sintomas que desenvolve, como rubor na face, transpiração, vómitos, gaguez e tremores.

A ansiedade social pode estar associada a situações de desempenho particulares, sendo que os sintomas só ocorrem quando a pessoa tem de fazer uma atividade específica em público (a mesma atividade não causa ansiedade quando feita em privado).

Algumas das situações desencadeadoras de ansiedade social mais comuns são:

  • Comer com outras pessoas (ou na frente de outros);

  • Falar em público;

  • Falar com figuras de autoridade;

  • Conhecer novas pessoas;

  • Fazer uma apresentação em público (tocar um instrumento, ler em voz alta, entre outras);

  • Assinar um documento em frente de testemunhas;

  • Conversar;

  • Falar ao telemóvel;

  • Comparecer no local de trabalho;

  • Usar uma casa de banho pública.

Pessoas com ansiedade social, quer tenham sintomas numa situação específica ou em várias, sentem medo de não atender às expectativas dos outros, ou de serem escrutinadas em interações sociais, sentindo-se constrangidas, rejeitadas e humilhadas.

Quem sofre de fobia social tem maior probabilidade de desenvolver depressão e alcoolismo.

Sintomas da ansiedade social

A fobia social apresenta sintomas psicológicos e físicos, sendo eles:

  • Ansiedade perante eventos sociais;

  • Pensar constantemente em coisas/situações embaraçosas;

  • Não conseguir dizer/fazer o que quer;

  • Medo de passar vergonha em frente a outras pessoas;

  • Ficar preocupado com as suas ações/palavras depois do evento decorrer;

  • Medo de que os outros saibam que está preocupado;

  • Gaguez;

  • Tremores;

  • Transpiração excessiva;

  • Rubor facial;

  • Náuseas e/ou vómitos;

  • Batimento cardíaco acelerado;

  • Boca seca;

  • Palpitações;

  • Urgência em ir à casa de banho;

  • Dormência/formigueiro nos dedos dos pés/mãos.

Como é feito o diagnóstico do transtorno de ansiedade social?

O diagnóstico só pode ser feito por um profissional de saúde, o qual tem por base critérios de diagnóstico psiquiátrico padrão. O médico diagnostica o distúrbio quando a pessoa revela sentir medo/ansiedade com as características abaixo:

  • Intenso e com duração igual ou superior a seis meses;

  • Relacionado a uma ou mais situações sociais;

  • Inclui medo de outras pessoas terem uma má impressão;

  • Ocorre, maioritariamente, na mesma situação (ou situações);

  • Desproporcional ao perigo real;

  • Faz evitar a situação (ou situações), mas, quando vivida, gera desconforto e angústia;

  • Prejudica significativamente o desempenho de atividades.

O profissional de saúde também faz testes/exames que descartem outros problemas de saúde mental, como agorafobia, síndrome do pânico ou transtorno dismórfico corporal.

Tratamento

O tratamento para a ansiedade social envolve, geralmente, terapia cognitivo-comportamental, terapia de exposição e uso de antidepressivos (normalmente aqueles inibidores seletivos de recaptação da serotonina — ISRS) e/ou ansiolíticos.

Quando não tratado, o transtorno persiste, causando danos na vida das pessoas com o distúrbio.

A terapia de exposição revela-se eficaz, mas não é fácil para muitas pessoas terem tempo de exposição suficiente para se acostumarem com a situação desencadeadora da ansiedade social. Por exemplo, se alguém desenvolve os sintomas ao falar com um superior, é possível não conseguir tempo para ultrapassar o seu medo ou a sua ansiedade. Nestes casos, tenta-se com atividades substitutas, idênticas à despoletadora do distúrbio.  

A terapia cognitivo-comportamental também se mostra eficaz. A pessoa aprende a usar técnicas de relaxamento, assim como a identificar padrões de pensamento/comportamento causadoras de ansiedade/pânico e ajustá-los/modificá-los.

Os antidepressivos e/ou ansiolíticos ajudam no tratamento da ansiedade social. A maioria dos pacientes é tratada com antidepressivos, como os ISRS, pois não interfere com a terapia cognitivo-comportamental (ao contrário dos ansiolíticos, que afetam o sistema nervoso central).

O transtorno de ansiedade social é altamente limitante e, nesse sentido, é importante procurar ajuda de um médico caso sinta que pode ter este distúrbio. Não deixe que a fobia social o impeça de ter uma vida realizada e feliz!

Sara Paiva
Socióloga de formação, Copywriter de paixão. Sou uma apaixonada por literatura (e pelas artes em geral), o que me levou a seguir uma carreira na área da escrita. Desenvolvo conteúdos para o Toma Conta com o objetivo de ajudar os utilizadores a obterem a melhor informação possível.

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Technical SEO e Copywriter. Adoro ler e escrever; não dispenso um bom livro. Sensível à forma como a Internet pode facilitar o nosso dia a dia, escrevo no Toma Conta para ajudar os leitores a obter informação fidedigna e atualizada sobre tarefas e serviços de apoio ao domicílio.

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Susana Valente

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Escrevo conteúdos para a web há mais de 20 anos como jornalista e copywriter. Adoro explorar montes e vales por esse país fora. Detesto fazer mudanças e adoro correr à beira-mar. Tenho veia de poeta, sou mãe e uma verdadeira mulher dos sete ofícios!

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